Análise: Battlefield – Bad Company

Box de Battlefield - Bad Company

Box de Battlefield - Bad Company

Quando olhamos para as caixinhas com imagens de militares em posição de ataque, ou defesa, ou armas de fogo, ou qualquer outra coisa que atire projéteis que não são flechas, temos a certeza que se trata de mais um joguinho de guerra. Assim, logo já imaginamos que entraremos na pele de um soldado ou oficial honrado, mais rápido que os outros, mais inteligente que os outros (e até mais sortudo que os outros, né Cortana), cheio de abilidades e até poderes especiais, membro de uma Força de Operações Especiais incumbida de salvar o mundo dos terroristas, ou dos nazistas, ou dos japoneses, ou de seres extraterrestres, e até de seres extraterrestres que se fundem com humanos formando uma nova raça ameaçadora.

Certo. Apesar do smile no pino da granada, e do nome estranho para um jogo de guerra, quem olha para a caixinha de Bad Company e vê aqueles quatro seres ao fundo, com pose de missão cumprida, até pode ser levado a achar que se trata de um jogo militar convencional, que conta a história de um soldado como o supra-citado (supra-citado? O que tem a ver isso com o Supra?) que quer salvar sem nem mesmo se importar com a própria vida. Logo já digo: quem teve essa impressão, errou hehe. É o que veremos nessa singela análise sobre Bad Company, um FPS de guerra feito pela Digital Illusions e editado pela Eletronic Arts.

Battlefield – Bad Company não destoa muito, em seu modo de jogar, de outros FPS’s e é muito semelhante a games como Call of Duty – Modern Warfare e Halo 3. A diferença é que o personagem não tem tanta mobilidade como em CoD4 e, muito menos, Halo 3 (mesmo porque o Master Chief é um super soldado mesmo). Assim, Marlow, seu personagem, não corre muito, não pula alto e não tem nenhum tipo de habilidade especial além da facilidade em manejar vários tipos de armas, desde fuzis até rifles de mira telescópica, com um modo de andar e correr mais ou menos parecido com o de Killzone 2, lançado posteriormente.

Um ponto em que se deve chamar a atenção é justamente as armas. Como na maioria dos games dessa temática realista, as armas são realistas. No entanto, o modo em que elas são disponibilizadas é muito equilibrado, assim, elas vêm sempre em uma espécie de “kit”, como um “kit” sniper, um “kit” rifleman, um “kit” tanque-com-pernas, que, coincedentemente, é uma classe de personagem.

Enfim, cada um desses “kits” vêm com duas armas, uma primária e outra secundária: um fuzil com um lança-granadas, ou um fuzil com granadas de mão, ou um rifle com mira telescópica e uma pistola. Cada “kit” exigirá uma estratégia de jogo diferente, e acaba impedindo que o jogador vire um Snake, que guarda suas dezenas de armas não se sabe onde… Mas, não. Em Bad Company Marlow tem seu fuzil, suas granadas e uma faca, dentro das variações de “kits”.

A saúde do personagem é medida do modo clássico: de Zero a 100. Como no bom e velho Doom, em que não existia nada dessa parada de regeneração. Óbvio que sem o “poder de regeneração” de Call of Duty, Killzone , Resistance e Halo, Bad Company teria tudo para ser um inferninho para os jogadores em razão da dificuldade exagerada em certos pontos. Ficar dependendo de maletinhas de pronto-socorros perdidas no meio de uma guerra não é nada cômodo. Então, surge a salvação: uma seringuinha mágica que recupera toda saúde do jogador. E não é só isso, pois além desse remedinho, o jogador ainda pode carregar, no mesmo bolso, um outro instrumento útil, como C4, ou um “consertador” de carros ou tanques, rpg, laser de artilharia, e outras coisinhas básicas.

O multiplayer. Como não podendo ser diferente, é muito bom. Essa característica de Bad Company não nega a origem da série, que, como sabemos, nasceu como resposta a CS, implementando novas características tal o uso de veículos, iniciado por Halo CE. Em Bad Company, no entanto, encontramos um sistema de “jobs” muito desenvolvido. Quando eu descrevia os “kits” de armas, estava descrevendo justamente essas classes, com a diferença de que no multiplayer, não há como pegar conjuntinhos de armas. Quando se escolhe uma delas – assalto, demolição, reconhecimento, engenheiro e paramédico – é até a morte.

Veículos de Bad Company.

Escolhendo então seu kit predileto, você sai tocando o terror… Ou, é massacrado, o que geralmente acontece com todos, visto que as partidas são sempre uma… GUERRA, o caos instaurado, e isso é muito divertido. O jogador pode escolher um personagem mais adequado ao seu modo de jogar, ou pegar qualquer um, entrar em um tanque, helicoptero ou barco e sair atirando em todo mundo, até que alguém acerte um míssil em seus fundilhos. O principal modo, Gold Rush, na verdade, deve ser jogado de modo mais organizado, mas geralmente a galera só quer ver o circo pegar fogo e os ataques aos bauzinhos de ouro não são tão coordenados. Mas, existem os atacantes e os defensores, estes defendem as caixas, aqueles as destróem com o objetivo de ganhar território.

OFF – Expeirência própria no multiplayer: Quando estava jogando o mp de BFBC tive uma surpresa muito agradável em razão da possibilidade de as classes de personagens realmente agirem dentro de suas funções, não sendo algo apenas “formal”, como acontece em vários FPS’s em que essa divisão de função só se nota nas roupinhas dos persoagens. Eu sou muito medroso para jogar fps e odeio morrer, prefiro não matar ninguém mas sobreviver do que sair matando milhão e acabar virando uma peneira. Então depois de ter testado todas as classes só de zueira (apesar disso, deu pra sentir bem as características de cada uma, já que são marcantes), peguei firme em um sniper. Esse personagem é muito camuflado, e o cenário é repleto de arbustos e matinhos, o que me deu oportunidade de ficar escondido, invisível, só mirando e atirando no momento oportuno. Em uma partida que durou 10 minutos, eu matei apenas TRÊS inimigos, mas não morri nenhuma vez. Isso é até que rarinho nos mp dos fps’s atuais, mesmo em Killzone 2, que tem um dos melhores sistemas de classes, mas, provável que Bad Company, pela estrutura dos cenários e mesmo os kits, supera o multplayer de Killzone 2 em relação ao equilíbrio. Fim do OFF.

Armas e ouro... Precisa mais alguma coisa? É... Mulheres...

Este modo, Gold Rush, está intimamente ligado ao enredo, que é o diferencial do jogo. Pela primeira vez Battlefield ganha uma história, e não é das piores, aliás, é muito boa. Tudo gira em torno da saga do Batalhão 222 – B-Company, o lixão do exército, onde quem deveria estar preso, na verdade está em campo o.O – em uma caça ao tesouro. Os personagens, desde Marlow, até o Sargento Redford, são muito marcantes e únicos. Os dois malucos da tropa são Sweetwater, um nerdão inteligente pra caramba, mas meio inconsequente, e Haggard um cara que é nada mais que um piromaníaco que adora ver coisas explodindo, não importa quais. Esses quatro patetas, no meio de uma operação de guerra contra a Russia, descobrem que alguns mercenários estão sendo pagos em ouro, e, acabam descobrindo o carregamento hehe. Saem em uma busca desenfreiada para pegar esse ouro em uma história hilária, nos mesmo moldes do filme Três Reis, estrelado por George Clooney.

Marlow, Haggard, Sweetwater e Sarge, a B-Company.

Os gráficos de PS3 rodam a 720p e são bem realistas – provável que utilizaram alguns dos efeitos usados em Mass Effect, pois muitas vezes, os games acabam produzindo imagens parecidas. Eu não sou perito em gráficos, mas o game tem imagens bem realistas e bem feitas. O efeito de água não é visualmente tão bom quanto o de Bioshock, nem a iluminação realista como a de Killzone 2. O destaque fica por conta da destrutibilidade do cenário, mas nada perfeito como os trailers do jogo deixavam a entender, mas toda essa destruição talvez nem possa ser classificada na parte gráfica. Apesar de tudo, o cenário é infinitamente mais destrutível que todos os FPS’s citados até agora nessa análise.

Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada.

Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada.

Já o som é um show à parte, e contribui para uma imersão fora de série, tanto em razão da trilha sonora hollywoodiana, até a dublagem excelente e os sons de explosões, tiros e barulhos típicos de guerra que também dão um ar cinematográfico ímpar ao game.

Mas, chamo a atenção para o enredo não convencional. Este game, em uma comparação, poderia ser considerado como um “Nascido para matar” dos jogos dos FPS’s, visto que toma uma abordagem totalmente diferente da que estamos acostumados nesse estilo de jogo. No periodo de “Guerra Contra o Terror”, só o que pudemos jogar, não sem razão, foram games de guerra com temática grave e séria, em que os valores democráticos e a honra eram defendidos a todo custo, é o que vimos em games como CoD4, por exemplo. Mas o que Bad Company apresenta vai a contrario senso disso tudo, faz nada mais que descer a lenha nas forças armadas e nas guerras, que, no fim das contas, são mesmo coisas que existem por pura necessidade que os próprios homens criam. E, faz isso de modo tragicômico, o que é muito engraçado e ácido. Imperdível.

Jogabilidade: 9,0

Gráficos: 8,5

Som: 10,0

Enredo: 10,0

Média: 9,0

Obrigado por lerem. Desculpem algum (s) erro (s) de português hehehe

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